O sapato velho no parapeito
Sacada de chão ladrilhado
lado a lado com o vento
A rama seca no vaso de pedra
Equilibra arames efêmeros
Renuncia
A bagunça do medo
No meio do dia
Estiagem
No quintal da casa
Sombra de goiabeira
Corto galhos retorcidos
No tacho de metal
Fogo brando
Bando de canários na cerca
Farelos de cascos em meu peito
Ela me disse:
- Os açudes estão secos
Barragem
A sarça arde
Na manhã passiva
Sedento
Acompanho a brisa
No caminho de pedras
Sobre a caixa d´água da vila
Andorinhas equilibram fios de luz