sábado, 25 de junho de 2011

O limbo repleto na copa
Faz companhia ao vizinho vazio
No campo pardo

A fruta em decomposição na cerca
Traduz o passar do tempo

Atento ao clima
Sereno
O bem-te-vi ainda canta

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O vento ameno daquele tempo
Direciona atento
A água ao espinho de vida seca
Onde o terreno fértil
Floresce rósea
Doce amor

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A simples arte de renascer
Perpassa pela íris da menina
Ela titubeia no tato
Mas o calor é cálido

Em toda a sua beleza
Resplandece o ente
Na intensa entrega
Do calor tórrido

As travessias no pampa
Ultrapassam fronteiras
Removem muros
E o calor é máximo

A menina
Nas suas intempéries
Vive um velho novo
Calor

sábado, 11 de junho de 2011

Geada
Ao ronco do chimarrão

Um dia frio
Um bom lugar pra ler
Dispenso o livro
O pensamento está com você
O trem havia descansado naquela estação
Em algum momento descarrilhou
E regressou lento
     Lento
               Lento

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Verdes espinhos
Emanam verticilos
Que retardam em desabrochar

A haste dúbia
Fomenta a história em linhas tênues



A espuma na festa
Revela outras texturas
Liga o sujeito ao predicado
Transformando a palavra
Em interpretações lhanas

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sob o céu tenso
De névoa túrgida
A menina flerta com o tempo
Que traduz
Seu sentimento

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Passeio

Passado
Passeio embaixo da pérgula
O azul cintilante se confunde com o cume
Renasço
E nessa arte, componho
Acorde por acorde
Acordo
Já nem sei mais
Quem sou

sábado, 4 de junho de 2011

Fotos tiradas na serra gaúcha
Foto de fungo (Amanita sp) na serra gaúcha.
Cotidiano

As luzes do concreto vivo
Aduzem o som da sirene que passa
Onde o trailer roda, sem roteiro, sem nada

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Esperança

A neblina gélida do alvor
Sobrevoa na direção do lago

Logo
Tropeço no calor do recomeço
Mas sigo na trilha furtiva
Onde os pássaros ainda cantam