terça-feira, 30 de agosto de 2011

A porta do sol da gran via  
Conduz o urso às fontes

Marcho ronceiro ao palácio
Enquanto Quixote me resguarda
das portas da cidade

Lugarejo de vanguarda
Mãe das águas de Goya

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O mundo da linguagem me desfaz

Por entre o mundo mudo da memória
Esquecida ao acaso no asfalto
A agulha se move ágil entre dedos


Sento-me ao sol
Sou mácula que arde


Forte haste rija
Que o tempo vai brunindo

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A vista

O arame farpado que separa
A tua muralha
Balança ao vento frio

Precipita

As vozes do bambuzal
Conversam em folhas aciculadas

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O assoalho raso da casa
Reflete o calor tórrido
Que emana


E as pegadas lá esquecidas
Coalescem num tempo
Onde o lírio germinou

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dos campos da depressão central
O vento ameno
Direciona atento
A água ao espinho de vida seca

Pérgula onde o terreno fecundo
Floresce rósea, doce amor

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A folha rabisca o tempo
Nervosa

A brisa oscila
Planta de semente nua
Pela fresta da minha janela