CELACANTO
PAULO PRATES JR.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A porta do sol da
gran via
Conduz o urso às fontes
Marcho ronceiro ao palácio
Enquanto Quixote me resguarda
das portas da cidade
Lugarejo de vanguarda
Mãe das águas de Goya
terça-feira, 23 de agosto de 2011
O mundo da linguagem me desfaz
Por entre o mundo mudo da memória
Esquecida ao acaso no asfalto
A agulha se move ágil entre dedos
Sento-me ao sol
Sou mácula que arde
Forte haste rija
Que o tempo vai brunindo
terça-feira, 16 de agosto de 2011
A vista
O arame farpado que separa
A tua muralha
Balança ao vento frio
Precipita
As vozes do bambuzal
Conversam em folhas aciculadas
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
O assoalho raso da casa
Reflete o calor tórrido
Que emana
E as pegadas lá esquecidas
Coalescem num tempo
Onde o lírio germinou
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Dos campos da depressão central
O vento ameno
Direciona atento
A água ao espinho de vida seca
Pérgula onde o terreno fecundo
Floresce rósea, doce amor
terça-feira, 2 de agosto de 2011
A folha rabisca o tempo
Nervosa
A brisa oscila
Planta de semente nua
Pela fresta da minha janela
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